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Mostrando postagens de 2012

A verdade de quem é invisível

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Acabei de assistir à segunda edição do Coral de Rua , programa que faz parte da grade de fim de ano da TV Record. O programa é dirigido e apresentado por Marco Camargo , produtor musical, compositor e um dos jurados do reality musical Ído los. A ideia do Coral de Rua é reunir moradores de rua da cidade de São Paulo para que eles possam formar u m grande coral, que se apresenta em um teatro diante de seus familiares e dos funcionários da Rede Record. Não assisti a primeira edição, exibida no ano passado, mas hoje, procurando algo de interessante na TV, acabei me deparando com o programa e resolvi conferir. Em poucos minutos minha atenção ficou totalmente voltada para a televisão e eu acompanhei o programa todo. Não mudei de canal nem na hora do intervalo. O que chamou tanto a minha atenção foi a seleção dos cantores. Marco Camargo ia abordando os moradores de rua que ia encontrando pela cidade de São Paulo e a conversa acontecia como quem não queria nada. Era um bate papo que

A tal da dona privacidade

O internauta entra no Facebook e dá de cara com postagens de pessoas que não querem ter a sua intimidade exposta. São textos que explicam de que forma você deve contribuir para que as atualizações dela não acabem indo parar na tela de algum desconhecido. E aí te falam para clicar aqui, clicar ali... Tudo para preservar a tal privacidade. Em alguns casos as postagens são como uma espécie de aviso ao 'senhor Facebook', em que fica bem claro que aquelas informações pessoais não devem ser compartilhadas de forma alguma com qualquer outro meio que não seja o próprio site. A partir do momento em que a pessoa se cadastra em uma mídia social e lá divulga informações pessoais, fotos etc. ela está automaticamente abrindo mão dessa privacidade. Quando você adiciona alguém, esse alguém vai saber seu nome, sobrenome, onde você nasceu, onde mora, onde estudou, onde trabalha, quem são seus amigos, parentes, namorada etc.  Na época em que o Orkut era a grande febre na internet, as

A vida é tão rara...

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O Sol da última sexta-feira (8) amanheceu mais triste e com a difícil e injusta missão de fazer nascer o dia em que amigos e parentes iriam ao cemitério Bosque da Paz se despedir do inesquecível e incomparável professor Rafael Mendes, um anjo que esteve entre nós por pouco mais de 30 anos e foi vítima de um aneurisma que resultou em um infarto fulminante. Rafael foi meu professor em 2007 no extinto colégio PhD, onde eu cursava o 1º ano do ensino médio. A disciplina, Redação, de maneira geral é muito complexa porque faz necessária a dissertação a respeito de temas que muitas vezes não interessam ao estudante. O que era curioso em tudo isso é que independente de gostar da matéria ou não, todos os alunos faziam questão de assistir as aulas de Rafael. Em sala de aula ele atuava como um verdadeiro maestro, utilizando sua técnica, oriunda de sua formação acadêmica, inteligência e experiência, para nos conduzir de maneira espontânea a seguir suas linhas de raciocínio e no final encontr

Três décadas para celebrar e continuar apontando pro futuro

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O show que comemora os 30 anos do Kid Abelha, com transmissão pelo canal Multishow, vai contar com um registro em DVD da apresentação que a banda fez na sexta (27) e sábado (28) no Citibank Hall, no Rio de Janeiro. Acompanhei desde os bastidores até o final, quando o palco já estava vazio e os créditos começaram a subir. A banda, que estava de “férias” desde 2007, voltou à estrada no ano passado, correu várias cidades do país com a turnê Glitter de Principiante e lançou três músicas (Glitter de Principiante, Veio do Tempo e Caso de Verão). A abertura contou com um vídeo narrado pela jornalista Mônica Waldvogel fazendo um resumo da história do grupo acompanhada de uma trilha de grandes sucessos. Falando em sucessos, o público fez coro a quase todas as canções. Teve “No seu lugar”, “Por que eu não desisto de você?”, “Garotos”, “Eu tive um sonho”, “Alice” e mais uma infinidade de hits que há três décadas atravessam gerações. O agradecimento veio com a Paula Toller enfati

Quando a razão vence a hipocrisia

Desde que o Supremo Tribunal Federal liberou o aborto de fetos anencéfalos este assunto se transformou na principal pauta de discussões que correu todo o país. Nos debates que aconteceram nas redes sociais dava pra perceber que a maioria das pessoas era a favor da interrupção da gravidez neste caso. Ao mesmo tempo, durante o voto dos ministros, grupos promoveram uma série de protestos contra. Em São Paulo, uma mulher de trinta anos e grávida de quatro meses, deu uma entrevista ao site da revistaVeja indignada com o fato de não poder realizar o aborto porque a decisão do STF ainda não havia sido divulgada no Diário Oficial da União. Na semana em que os ministros estavam para fazer a votação, o Jornal Nacional exibiu uma reportagem com uma estudante de 19 anos que também foi impedida de realizar o procedimento. Só que ela chegou a ter a criança, que morreu logo após o parto, e agora sofria com as complicações que adquiriu. Uma mãe ter de esperar nove meses para ter seu fil

A música é o melhor remédio

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Uma experiência realizada com ratos no Japão e publicada no Journal of Cardiothoracic Surgery provou que a música pode ajudar na recuperação de transplantados. Sobreviveram por mais tempo os animais que ouviram muita ópera após um transplante de coração do que aqueles que ouviram pouca. Eu costumo ouvir música quando estou a bordo do ônibus (fone de ouvido!), dirigindo, usando o computador, malhando... Não tenho um gosto específico, tenho minhas preferências dentro de quase todos os gêneros. Agora, por exemplo, eu tenho ouvido muito forró e sertanejo por causa desse clima pré São João que já está se instalando. A depender da época ou de como eu esteja, diversifico o que vou botar pra tocar. Falando nisso, a revista Galileu publicou na edição de abril uma entrevista com o pesquisador Alex Doman, coautor do livro Healing at the Speed of Sound (A cura com a velocidade do som, sem edição brasileira), em que ele afirma que a música tem papel importante no nosso humor, no desenvo

Cidade abandonada e ao mesmo tempo sitiada

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Desde a última quinta-feira Salvador tem vivido uma onda assassinatos, vandalismo e roubos por causa da greve de parte dos policiais militares. Quando comecei a escrever este texto já haviam sido registradas 43 mortes, 58 carros roubados, 10 lojas arrombadas, R$ 200 milhões em prejuízo e mais de 70 peças teatrais e shows cancelados ou adiados, segundo informações do jornal Correio e G1 Bahia. Tudo começou a acontecer no dia 2 de fevereiro, dia de festa na cidade. Eu até cheguei a comentar que em pleno dia de saudar a rainha das águas salgadas, todos acordaram de branco, pedindo paz, proteção e, no entanto, no final da tarde as pessoas não sabiam como iriam voltar para casa ou não queriam cogitar a possibilidade de sair dela. Nem a casa de Iemanjá no bairro do Rio Vermelho ficou imune a um arrombamento e roubo. Todos se assustaram e ficaram com medo, não dava pra sentir segurança em lugar nenhum. Não vi acontecer nenhuma dessas situações, mas algumas pessoas me contaram

Uma diferença (in)visível

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Este é um texto que eu estava devendo ao blog há algum tempo. Resolvi que ia fazer uma postagem sobre as dificuldades enfrentadas pelos deficientes depois de presenciar duas situações absurdas. Uma em um micro ônibus e a outra em uma clínica no bairro do Rio Vermelho. Na primeira situação eu estava a bordo do micro ônibus quando ele parou em um ponto no Imbuí para realizar o embarque de uma senhora e de sua filha, que era deficiente mental e tinha dificuldades de locomoção. Quando a garota estava subindo com o auxílio de sua mãe, o motorista colocou o veículo em movimento com a porta ainda aberta. Neste momento a mãe gritou desesperada temendo uma provável queda. O que ela ouviu do motorista, que freou logo após o grito, foi um “Vai levar o dia todo?!”. Ela entrou, acomodou a filha e começou a discutir com o motorista que ouviu tudo calado até encerrar a discussão com um “Da próxima vez que a senhora pedir o ônibus eu vou passar direto!”. O nervosismo daquela mãe com toda a