Postagens

Mostrando postagens de 2017

Ganhei o dia

Eis que a sola do meu sapato se descola dentro do metrô. Sigo até o meu destino na esperança de comprar um Super Bonder e resolver o problema. Colei. Não deu certo.  Um morador de rua, daqueles que a gente olha, mas não enxerga, oferece ajuda. Desconfio, mas compro outro tubinho da cola. Ele me leva até uma sombra e me apresenta aos amigos dele. Cola meu sapato pacientemente enquanto conversa comigo.  Sim, tive muito receio. Mais ainda quando pensei que deveria retribuir.  No final, agradeço e pergunto como posso ajudar. Dessa vez o receio foi pela resposta. Ele para por alguns segundos e dispara: "Não preciso de ajuda, não. Você agradeceu de coração e isso pra mim já tá bom. Agora adiante seu lado e não pise em poça d'água". Ganhei um aperto de mão e um abraço forte. Ganhei um peso na consciência pelo medo que senti.  Depois? Depois o sapato descolou de novo. Mas agora isso foi um detalhe.  Ganhei o dia.

Tempo

Assim como uma série de ideias que colocam na nossa cabeça desde que a gente começa a ter noção do que somos no mundo, falam sobre o tempo. O dia com 24 horas, o mês com 31 dias, o ano com 12 meses. Mas quem inventou a medida do tempo? De onde será que surgiu a ideia de que, por exemplo, durante o dia temos que fazer certas coisas ao acordar e outras pouco antes de dormir? Ou de que temos até determinado momento na vida para tomar decisões, fazer escolhas, seguir caminhos. Estranho... Não que não devemos agir ou viver somente à sorte dos acontecimentos. Eu me refiro a viver com menos pressa, a entender o nosso próprio tempo ao invés do tempo dos outros ou do tempo que os outros dizem que as coisas tem. Quando a gente respeita o nosso próprio tempo, a cabeça pensa com calma, reflete, entende, compreende, aceita. E aí age! E aí determina! E aí faz acontecer! Quando é assim, inclusive, o acontecer dá certo. Porque dentro da gente, genuinamente, de fato queremos, dedicamos